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Mensagem por Valeryan Boltagon Dom Ago 25, 2019 5:04 am

medusa
Em suas mãos, Valeryan mantinha uma foto de seus pais e de toda a sua família unida. Eram tempos distantes aqueles, onde a felicidade reinava e nada parecia acometê-los. Nada poderia feri-los, nenhum mal ultrapassava a redoma que protegia Attilan e todos viviam de forma justa, cada um contribuindo com um papel específico de acordo com os seus dons e habilidades. Bem, ao menos, vendo agora sob uma nova perspectiva, Valeryan podia notar como tudo era injusto e como eles viviam de forma tão limitada.

Se alguém tinha dons literários, por que não permiti-la desabrochar seu talento e nos encantar com boas histórias? Se alguém era um grande cantor, por que obrigá-la a trabalhar em minas só por ter algum poder útil para a função? Somente agora, vendo a Terra, com todos os seus países e culturas tão diferentes, Valeryan conseguiu finalmente compreender aquele que sempre fora o sonho de seus pais: a liberdade. Um mundo melhor, mais justo, diplomático e belo. A ilha que eles escolheram havia sido um marco na história do povo inumano, e o rei não podia estar mais satisfeito. Como uma forma de quebrar as regras, Valeryan enviou espiões para comprarem carne e até mesmo chegou a convidar todos para se reunirem em seu castelo e, se assim desejassem, até mesmo dormissem nele. Em outros tempos isso nunca seria possível.

Mas, talvez a maior afronta ao antigo sistema tenha sido escolher um terráqueo como Conselheiro. Como os mentores de seus pais haviam morrido, Valeryan tinha uma lacuna para preencher e, durante seu tempo fora estudando os costumes humanos, eis que o rei acabou descobrindo algo importantíssimo e valioso para todos os inumanos: existiam mais deles aqui na Terra. Com a ajuda do rapaz, Henry Mills, Valeryan pôde compreender mais dos costumes terráqueos e, em paralelo, o estudava, buscando compreender como o gene inumano conseguiu perpetuar-se desde a saída de seu povo da Terra há milhões de anos atrás.

Em meio a um estudo em seu escritório, todo em tons dourados e de aparência rústica – assim como todo o castelo e decoração inumana –, vários hologramas, cheios de números, estatísticas e relatórios detalhados sobre as construções, Valeryan se debruçava sobre sua mesa escura, já entediado. Foi quando Haylo – novo nome adotado por Henry Mills após sair do casulo formado pela terrígena – surgiu à porta. Endireitando a postura, Valeryan sorriu para o Conselheiro e se pôs de pé, expondo sua comprida túnica vermelha e confortável.

— Preciso de ajuda, amigo, sente-se. — Apontando para a cadeira, Valeryan recostou-se em sua cadeira, aparentando certo cansaço e até mesmo algumas olheiras pelo sono abdicado. Era visível o quanto ele se exigia pelo sucesso de sua Nova Attilan. — Como funciona a política da sua Terra? Ela realmente funciona? As pessoas cobram por mudanças e não sei como fazer...

Boltagon não queria parecer triste ou desolado, por isso preferiu distrair ao sorrir sem jeito, pondo fios impertinentes por detrás da orelha sem sequer tocar nos mesmos, seus braços cruzando-se timidamente. Ele tinha aquilo que os humanos chamavam de "queda" ou "crush" pelo seu conselheiro, mas como um legítimo Amaquelin deveria ser, ele jamais demonstraria suas emoções. Sua mãe, Medusalith, teve de ser conquistada com bastante esforço por parte de Blackagar, seu primo e futuro esposo – e seu filho não era nada diferente. Fosse como fosse, Valeryan não queria demonstrar nenhuma vulnerabilidade naquele momento específico em que pedia ajuda.

E ele realmente precisava de ajuda.
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Mensagem por Haylo Dom Ago 25, 2019 1:09 pm

DEATH comes to all



Valeryan podia achar - dentro de sua infinita inocência em relação a tudo ao seu redor - que lidar com humanos era fácil, ou mesmo tedioso. Ele tinha uma sorte quase absurdamente maior que seu ego ao contar comigo para tratar de assuntos terrestres dentro da redoma de vidro altamente tecnológico que chamam de "Nova Attilan".

Minha vida não virou apenas do avesso quando me encontrei com ele. Tudo em mim mudou. Minha maneira de ver o mundo, minha maneira de agir dentro do meu mundo.

A forma como as pessoas se comportavam ao meu redor e como eu conseguia avaliar os mínimos detalhes, quase como uma máquina (por sorte, a exposição ao terrígeno que Valeryan acidentamente liberou quando nos encontramos ao acaso não me transformou em uma dessas máquinas estúpidas que alguns de meus colegas adoravam glorificar).

Dentro de sua pose quase forçada de benevolência e magnificência, eu sabia que se escondia uma criança assustada, que não soube o que fazer ao me ver quase morrer depois de inalar aquela névoa maldita. Ele tinha que me levar para seu covil e então completar minha transformação na câmara próxima à sala do trono.

Bem, isso já não importava. Até porque, depois que a escuridão tomou conta de mim e eu sorri para ela, já não me considerava Henry Mills, o brilhante físico e entusiasta da Teoria das Cordas no laboratório mais famoso de Manhattan. Meu nome era Haylo. Aquele que reduziria a pó cada inimigo com um simples toque, aquele que encheria os céus com tempestades de esmeralda.

Aquele que corria ao encontro do rei do inumanos após ser chamado em seus aposentos reais.

Arrumei o uniforme preto e dourado antes de passar pelos guardas do lado de fora do escritório de Valeryan. Meu soberano estava deslumbrante, como sempre.

Recordava-me de meu distante esposo, que deveria estar se perguntando o motivo de eu nunca ter voltado depois daquela noite intensa de trabalho no laboratório. Ficar em Nova Attlian era a melhor opção.

Meu amado Felix jamais entenderia a complexidade do que eu havia me tornado. Nosso pequeno Vincent não compreenderia como seu pai havia se tornado tão sombrio e cruel - muito mais do que um dia já fui. Ninguém na Terra me entenderia. Somente os inumanos. E meu adorado rei.

— Pronto para o serviço, senhor — coloquei as mãos nas costas e fiz uma respeitosa reverência. Obedeci ao comando de meu "salvador" e me sentei próximo a ele, analisando seu comportamento.

Sua aparência, apesar de imponente, não conseguia sustentar essa máscara por muito tempo. Olheiras eram perceptíveis. Uma certa palidez denunciava noites em claro, provavelmente se preocupando com a política de seu governo. Ou a falta da mesma.

— Interessante pergunta, meu rei — sorri. — Governantes na Terra não passam de fantoches do próprio sistema que criam. Presos a suas próprias convicções egoístas, não se importando com nada além de encher os próprios bolsos com riquezas e brincar de teatro com seus cidadãos aqui e ali. O que exatamente o senhor precisa? Já temos controle total sobre os trabalhadores da área de mineração e comércio. Até onde sei, nunca ouvi uma única reclamação de seu reinado, que me parece ser tão perfeito quanto a figura que o representa.

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Haylo
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Mensagem por Valeryan Boltagon Ter Ago 27, 2019 3:49 am

medusa
Haylo era um homem complexo, por assim dizer. Cheio de maneirismos e atitudes tipicamente humanas, ele acabara por se tornar um dos inumanos mais notórios e diferentes. Ele não tinha os mesmos costumes que o povo de Attilan, não sabia sequer as feições dos reis anteriores e seu conhecimento se limitava a apenas saber quem era Valeryan e seus dois irmãos. E isso era perfeito! Perfeito por inúmeros motivos, sendo o principal a mudança. Muitos a temem, porém o rei sabia que, para sua nação crescer e se tornar poderosa, ele precisava adaptar-se à maré nova e conhecer o mundo no qual ele pisava.

Ao explicar sobre a política dos humanos, claro que uma mesura veio acompanhada e isso fez o rei corar um pouco, porém baixando a cabeça e fitando suas mãos e seus fios repousados e esparramados sobre a mesa. A pergunta de Haylo era muito interessante, e ele não tinha uma resposta correta.

— Bem, em Attilan vivíamos em uma cidade artificial, onde precisávamos de muito trabalho duro e poucas regalias para sobreviver. Saímos da Terra há milênios, antes mesmo dos Homo sapiens dominarem essas terras, então temos conhecimento nulo sobre eles e os seus costumes. Além do mais, muitas coisas mudaram... não precisamos de mineradores escavando as profundezas, pois temos terra fértil e até mesmo peixes vindo das águas, coisa que lá tínhamos, mas com dificuldade. Até mesmo os mais nobres de nós desconheciam coisas simples que, para vocês, são fúteis, como por exemplo frutas — Valeryan sorriu um pouco amargo lembrando de como muitas pessoas odiavam a vida que tinham e por serem condicionadas a determinadas castas, proibidos de se reunirem com membros de outras classes e sendo obrigados a repassarem os genes apenas com os de sua categoria. Era humilhante, triste e rígido demais, opressor, até, mas eles eram apenas moradores numa cidade artificial na Lua, o que mais eles poderiam fazer?

Pondo toda a sua pesada cabeleira somente do lado esquerdo de seu corpo, Valeryan distribuiu um agradável sorriso, sentando-se na ponta da mesa do local. Ele convidou o outro a se aproximar e, com certo cuidado, arrumou alguns botões nos buracos errados. Havia delicadeza nas mãos finas e nos dedos compridos de Boltagon, um olhar doce, mas misterioso e cheio de segredos. Ele pensava mais do que falava, sempre. Quando findou, ajeitou a gola do outro e suspirou, confiante com sua obra.

— Quero destruir os sistemas de castas, quero que todos possam servir do modo como acharem melhor. Não vou obrigar alguém a servir determinado propósito somente por seus genes inumanos. Se alguém quer ser um artista, deixarei que seja. Preciso de um relatório seu, completo e detalhado, sobre tudo o que deu errado na humanidade. Quero ser melhor que ela em todos os quesitos e preciso começar na política. — Um pouco mais animado, Valeryan saiu de perto do outro e então ergueu com um mover de dedos um holograma da cidade – não a de agora, mas sim a do amanhã, do depois, quando ela ficasse pronta.

Ele mostrou todos os detalhes, toda a beleza e toda a arquitetura que mantinha a todos unidos e bem próximos, sem separações por distritos ou classes. Claro, sempre haveriam reis e rainhas em Attilan, mas Valeryan estava disposto a ser o melhor. Deixando que o outro explorasse o holograma, Boltagon se aproximou lentamente, uma mão na cintura e outra na beirada da mesa. Seus fios se enroscaram na cintura do outro e, alisando os fios negros do soldado, Medusa se aproximou o suficiente do outro e, piscando o olho, beijou-lhe a testa ternamente.

— Você é especial, sabia? Gosto de você. Creio que tenha um futuro muito próspero estando ao nosso lado. Inclusive, tenho um presente... — abrindo um largo sorriso, Medusa puxou com os fios uma gaveta, retirando uma chave de bronze. — Sabe o que isso significa?

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Mensagem por Haylo Ter Ago 27, 2019 7:05 pm

DEATH comes to all


Anotei mentalmente o quão ignorante esses inumanos eram em relação à Terra. Isso seria absurdamente vantajoso. Minha atenção foi direcionada aos sutis movimentos do soberano, que se dispunha a arrumar meu uniforme. Corei levemente com o gesto, já que não conhecia aquele lado tão... bondoso. É, talvez eu tivesse pena de mata-lo, se um dia precisasse fazer tal coisa.

Um rei benevolente? Ah, que bonitinho. Pausa para vômitos.Voltei-me ao holograma de Nova Attillan que Valeryan havia disponibilizado. Era simplesmente perfeito. Todas as casas, a base militar, o palácio, até mesmo o esconderijo dos espiões.

— Devo confessar, senhor — anotei algumas coisas na prancheta de metal que carregava. — Líderes carismáticos são superestimados na Terra. No entanto, creio que com essas melhorias no sistema que pretende fazer, não só irá agradar seu povo, mas causará inveja aos demais líderes. Especialmente aos Estados Unidos.

A repentina aproximação do inumano me minha caneta tremer na tela holográfica da prancheta. Porcaria, ele precisava ser tão bonito? Seria mais fácil dispensa-lo se não estivesse sempre deslumbrante em qualquer roupa que vestisse.

— S-Senhor? — movi os olhos da chave para o rosto de Valeryan, em dúvida. — Não faço ideia do que seja. Fiz algo de errado, meu rei?


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Mensagem por Valeryan Boltagon Qui Ago 29, 2019 10:05 pm

medusa
O rapaz era um tanto quanto óbvio no que dizia, mas aquilo agradava Valeryan. O inumano terráqueo era bonito, carismático e com olhos dóceis, mas algumas lacunas precisavam ser preenchidas. E aquela chave era a coisa perfeita. Desfazendo o holograma, Boltagon estendeu a chave de forma insistente para que o outro a pegasse de imediato. Soerguendo uma sobrancelha, o loiro sorriu de canto e ergueu um arquivo da pasta de hologramas. Era uma foto do esposo e dos dois filhos do outro.

— Pedi para alguns espiões irem atrás da sua família. Eles irão morar conosco a partir de agora. Creio que tenha sido perverso da minha parte tirar um pai e um esposo da sua família. Espero que goste, vocês terão uma área enorme no castelo e acesso a algumas áreas restritas. — O loiro sorriu, pondo as mãos nos ombros alheios e aproximando-se, tão perto que os hálitos eram trocados como carícias. Um beijo foi posto na bochecha do outro, enquanto ele aspirava do cheiro da barba alheia.

Recuando, o rei pensava nas possibilidades. Com a família perto de Haylo, ele iria se dedicar exclusivamente à Nova Attilan, tendo menos necessidade de sair da cidade e permanecendo como um bom Conselheiro: próximo do rei. De brinde, o rapaz tinha dois filhos que, caso tivessem herdado os genes do pai, provavelmente deveriam ser inumanos – e, portanto, moradores de Nova Attilan por direito, o que deixava claro a permanência deles ali.

— A propósito, seus filhos são muito fofos, eu iria amar conhece-los. — O comentário do loiro foi gentil. Piscando o olho para Haylo, Valeryan cruzou os braços. — Bem, isso foi tudo. Eles serão convidados para vir para Nova Attilan amanhã e, caso eles desejem vir, chegarão por volta das seis da noite. Mais alguma coisa? — perguntou calmamente Boltagon, umedecendo os lábios.

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Mensagem por Haylo Sáb Ago 31, 2019 12:49 pm

DEATH comes to all


Aquela criatura nojenta, insolente e metida teve a coragem de espionar minha família? Bastardo! Não era suficiente causar o estrago de esbarrar em mim e liberar a maldita terrígena na minha fuça? Pagaria caro, muito caro.

Me limitei a sorrir, lembrando de meu querido Jason e dos gêmeos que havíamos adotado anos atrás. Uma distante memória que me fazia vomitar toda vez que isso atrapalhava meus reais objetivos. Amor e afeto são doenças que precisavam ser eliminadas com rapidez, antes que se infestassem.

— Agradeço o gesto, majestade — curvei levemente a cabeça em sinal de respeito. — Peço, no entanto, que não envolva meus amados filhos. São jovens, amorosos e... bem, humanos. Creio que não se adaptariam da mesma forma que meu marido, Jason. Ele já foi piloto da força aérea de nosso país, está acostumado a todo tipo de situação. Dói só de pensar, mas terei de deixar os gêmeos com minha irmã. Assim estarei muito mais concentrado em servi-lo, meu rei.

Peguei a chave oferecida, ainda com certa dúvida a respeito do que ela realmente representava. Um quarto novo? Um acesso a uma área restrita? Ou uma armadilha por parte do rei dos inumanos?

— Com a inauguração da grandiosa Nova Attilan chegando — comentei, mudando sutilmente de assunto —, há alguma recomendação de sua parte, senhor? Algo que queira que eu faça?

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Mensagem por Valeryan Boltagon Sáb Ago 31, 2019 9:14 pm

medusa

Ao citar sobre a família de Haylo, Valeryan não podia deixar de notar que o seu conselheiro parecia nervoso, irritado, até. Ele parecia ser do tipo que separava a família e os negócios, mas, para o Rei, tudo envolvia a sua família e o seu povo, desde cada ato a até cada suspiro. Negócios envolvem os seus genes, consanguíneos envolvem o trabalho e planos requerem a junção de todos. Portanto, seu conselheiro teria de se adaptar às mudanças.

— Eu aprecio o seu pedido, Haylo, mas eu não posso deixar de aplicar os antigos costumes à Nova Attilan. Alguns sistemas, como o de castas e obrigatoriedade nas aplicações de emprego são sistemas defeituosos e esquecíveis, mas nem todos eu posso ignorar assim tão fácil. Você é um inumano agora, mas ainda possui um laço fraternal com seus familiares, mesmo sem eles fazerem parte de seu sangue e genes. Eu os quero aqui, para que você se mantenha fixo no trabalho e lembre-se todos os dias para quem você está lutando — pondo a mão no peito do outro, Valeryan inspirava coragem e até mesmo certo patriotismo. Ele esperava que Haylo compreendesse a magnitude de suas ações e as respeitasse.

Ao perguntar sobre a fundação de Nova Attilan, Valeryan negou com a cabeça, desviando dos olhos do outro e recuando alguns passos, cruzando os braços e então mordiscando o lábio inferior.

— Aconselho que se prepare para a inauguração. Quero que todos se surpreendam, principalmente os humanos. Não quero me gabar, mas pretendo deixar claro para os americanos e para o mundo quem realmente possui a soberania aqui. — Piscando os olhos repetidamente e em um curto período de tempo, Valeryan sorriu ao sentar-se na beirada de sua mesa, demonstrando certa fluidez de movimento e até mesmo descontração. — Isso é tudo, Haylo, pode ir agora.

E em seguida o loiro desceu da mesa com um pulo, retirando sua manta e expondo sua calça, a única peça por debaixo do vestuário cerimonial. Ajeitando seus fios, os mesmos se esticaram para agarrar diversos objetos. Era hora de o rei ir dormir agora. Amanhã ele iria ter um grande dia.

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Mensagem por Haylo Dom Set 01, 2019 2:23 pm

DEATH comes to all


A insistência de Valeryan no assunto familiar era quase infantil. Pouco me importava se ele era um rei e tinha muito mais experiência na área estratégia/militar ou mesmo de governo do que eu. Separar emoções de ações sempre foi essencial para mim, o que basicamente conferia fama o suficiente para eu ser selecionado em uma entrevista de emprego nas insdústrias Frost.

Mas, claro, na noite anterior à chance da minha vida, o Inumano apareceu para bagunçar tudo. Não o culpava, já que tudo o que aconteceu em seguida me fez enxergar o mundo com novos olhos. O tempo distante de Jason, Zack e Gilbert serviu para que eu ponderasse o que realmente sentia por eles.

Se me vissem no potencial ilimitado de meus poderes, jamais entenderiam. Eram estúpidos, egoístas, falhos. Humanos. Algo que eu jamais voltaria a ser.

Ponderei sobre a utilidade dos três pesos mortos em minha vida circulando pelo castelo. Manter todos ali, para mostrar ao rei o quanto éramos felizes, talvez fosse o suficiente para que ele não desconfiasse de mim. Afinal, quem duvidaria de um pai amoroso que dava tudo de si ao marido e aos filhos?

— Compreendo, majestade. Entrarei ainda hoje em contato com meu marido para que ele e meus filhos se mudem para cá — concordei em tom neutro.

Ao ouvir as recomendações do soberano sobre o grande dia da inauguração, não pude deixar de sorrir. Todos veriam, assim como eu, o quão grandioso era o império inumano e o quanto eles deveriam nos temer. Sob a liderança de Valeryan e meus conselhos sobre o mundo novo que o cercava, não haveria um que recusasse se ajoelhar diante do mais novo e poderoso Império.

— Farei com que tudo esteja em ordem, meu rei — me curvei respeitosamente, me preparando para sair.

Ao observar Valeryan retirar sua túnica, desviei os olhos, envergonhado. Céus, porque tinha que ser tão bonito? Ele ainda acreditava na fábula do cientista comprometido e amoroso que eu transparecia. Bem, dentro em breve aquilo realmente se tornaria um conto de fadas. Daqueles que as crianças dormiam apavoradas.


Haylo
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