You Better Work, Bitch
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Die Young
let's make the most of the night
Eu adorava meus dias de folga. O que era basicamente todo dia. Quando eu não estava trabalhando no refúgio para mutantes ou mesmo curtindo alguma festa antes mesmo do cair da noite - todo mundo gosta de um happy hour, comigo não seria diferente -, o Central Park era o lugar perfeito para fazer absolutamente nada, deitar na grama e se banhar com a luz do sol ou simplesmente fazer um cooper pelas pistas daquele lugar super arborizado e fresco.
Tirei minha regata da sorte (sim, ela tem as cores do arco-íris, ganhei no Mês do Orgulho e ninguém tira isso de mim! Bando de chatos) e a amarrei na cintura. Qual era a graça de correr se não podia expor o corpo. Qual era a graça de fazer qualquer coisa com alguma peça de roupa cobrindo uma coisa tão natural e bela? Ajustei o celular na braçadeira e configurei para contar os metros percorridos e tocar as melhores músicas de balada do último mês. Que, óbvio, eu sabia todas as letras.
Passei por Anthony e o carrinho de pipoca, Faith e a barraca de cachorro-quente, Michael e sua décima terceira (ou décima quarta? Ele nunca desistia) tentativa de paquerar alguém de um desses aplicativos bobos oferecendo flores para a moça. Bom, essa não era alérgica, ponto para ele! Todos pareciam minimamente felizes. Ah, claro, minha aura tinha certa influência nisso.
Falando em auras, algo realmente curioso aconteceu enquanto eu acelerava o passo e prosseguia na pista, cruzando com os conhecidos e alguns rostos. Uma estranha sensação me fez ter calafrios por toda a espinha ao dobrar uma curva. Como se alguém estivesse atrás de mim desde que eu comecei meu exercício. Desacelerei o passo e tentei identificar quem me seguia. Um clarão castanho-esverdeado captou minha atenção e encarei o sujeito que agora estava do meu lado, sem perder o ritmo do exercício. Acelerei um pouco o passo, como em um desafio.
Tirei minha regata da sorte (sim, ela tem as cores do arco-íris, ganhei no Mês do Orgulho e ninguém tira isso de mim! Bando de chatos) e a amarrei na cintura. Qual era a graça de correr se não podia expor o corpo. Qual era a graça de fazer qualquer coisa com alguma peça de roupa cobrindo uma coisa tão natural e bela? Ajustei o celular na braçadeira e configurei para contar os metros percorridos e tocar as melhores músicas de balada do último mês. Que, óbvio, eu sabia todas as letras.
Passei por Anthony e o carrinho de pipoca, Faith e a barraca de cachorro-quente, Michael e sua décima terceira (ou décima quarta? Ele nunca desistia) tentativa de paquerar alguém de um desses aplicativos bobos oferecendo flores para a moça. Bom, essa não era alérgica, ponto para ele! Todos pareciam minimamente felizes. Ah, claro, minha aura tinha certa influência nisso.
Falando em auras, algo realmente curioso aconteceu enquanto eu acelerava o passo e prosseguia na pista, cruzando com os conhecidos e alguns rostos. Uma estranha sensação me fez ter calafrios por toda a espinha ao dobrar uma curva. Como se alguém estivesse atrás de mim desde que eu comecei meu exercício. Desacelerei o passo e tentei identificar quem me seguia. Um clarão castanho-esverdeado captou minha atenção e encarei o sujeito que agora estava do meu lado, sem perder o ritmo do exercício. Acelerei um pouco o passo, como em um desafio.
Raphael Stronghold
A beautiful day to run
Ele adorava aquele sol matinal e adorava o fato de estar morando perto do Central Park, que facilitava suas corridas matinais, embora aquele dia estivesse indo um pouco mais tarde que o habitual.
"Você deveria ter esperado o almoço ao menos para ir correr" a voz de Amélia contra seu ouvido o fe rolar as orbes oculares, agradecendo que a mesma não estivesse ali ou teria se chateado com a atitude do garoto.
Mel, sabe que eu como quando chegar, mas eu preciso me focar agora, é só um cooperzinho, não vai fazer mal e eu me sinto super bem. Até mais...
E desligou, voltando a ouvir A beautiful life enquanto sua atenção focava no caminho a frente. Desde muito cedo aprendera a gostar de esportes de agilidade e descobrira então que o sol influenciava não apenas seus poderes mas também seu próprio humor e sua própria desenvoltura esportiva, parecendo dar mais disposição e por isso ele gostava de correr ao menos umas cinco voltas pelo parque.
Estava na sua terceira volta quando avistou um rapaz correndo com o que parecia uma camisa regata do Orgulho amarrada a cintura aparecer um pouco mais a frente, havia alguma coisa no outro que o fez sorrir e se perguntar quem deveria ser - não, não era por desejo - pois havia como uma força magnética atraindo sua atenção para o mesmo mas o rapaz pareceu desacelerar e a única coisa que fez foi o olhar de forma curiosa. Por que ele havia desacelerado e por que ele agora parecia o desafiar para uma corrida? Ah não, em pleno solzão e ele estava sendo desafiado? Respondeu então com um sorriso malicioso e apertou os passos também, cerrando os punhos enquanto corria pela pista agora ao som de Pumped up Kicks
― I'm walking of sunshine.
and don't it feel good?
Christopher Rockwood
Die Young
let's make the most of the night
O rapaz parecia um tanto jovem. Talvez só mais um universitário aproveitando a folga das aulas para se exercitar. Conhecia muitos alunos de Educação Física assim. Claro, um ou outro sempre acaba sendo arrastado para as minhas festas e passávamos uma maravilhosa noite juntos, mas o que eu podia fazer? Meu charme era irresistível.
Ponderando entre adotar uma atitude competitiva e continuar a corrida que eu agora apostava com o rapaz ou simplesmente deixar ele seguir seu fluxo e cumprimenta-lo depois que terminasse seu exercício, acabei por escolher a primeira opção.
"Work Bitch", meus fones vibravam com a música. Passei a respirar mais pesadamente, aumentando o ritmo das passadas e ficando no mesmo nível que o "adversário". Pulei uma sequência de barras que os corredores matinais usavam para treinar saltos e desviei de uma ou duas moças que caminhavam no sentido contrário.
Ainda conseguia sentir a aura do rapaz, embora não o visse. Em um determinado momento do trajeto, raios de sol escaparam da copa das árvores e me iluminaram. Sorri largamente ao ver as pessoas que passavam ficaram estáticas com meu corpo refletindo parcialmente a luz do sol, me deixando ainda mais belo.
Voltei a me concentrar e saí do foco da luz, me aproximando de uma linha de chegada improvisada, onde uma mãe com seus filhos brincava com alguns bonecos nos quadrados brancos e pretos pintados na pista. Parei perto deles e segurei a pequena espada de plástico de um dos action figures do menino ruivo, devolvendo para o mesmo.
- Obrigado, moço - ele sorriu e exibiu as janelinhas nos dentes da frente. Que fofura! - Meu Capitão Vermelho não pode derrotar os monstros sem a espada. Você salvou o dia.
Sorri para a mãe das crianças e procurei um banco para sentar, me recuperando da pequena corrida que apostei com o rapaz que aparentemente também chegava por ali.
- Não é todo mundo que acompanha meu ritmo - zombei. - Você deve ser um daqueles corredores com genes especiais. Ou só muito sortudo.
Ponderando entre adotar uma atitude competitiva e continuar a corrida que eu agora apostava com o rapaz ou simplesmente deixar ele seguir seu fluxo e cumprimenta-lo depois que terminasse seu exercício, acabei por escolher a primeira opção.
"Work Bitch", meus fones vibravam com a música. Passei a respirar mais pesadamente, aumentando o ritmo das passadas e ficando no mesmo nível que o "adversário". Pulei uma sequência de barras que os corredores matinais usavam para treinar saltos e desviei de uma ou duas moças que caminhavam no sentido contrário.
Ainda conseguia sentir a aura do rapaz, embora não o visse. Em um determinado momento do trajeto, raios de sol escaparam da copa das árvores e me iluminaram. Sorri largamente ao ver as pessoas que passavam ficaram estáticas com meu corpo refletindo parcialmente a luz do sol, me deixando ainda mais belo.
Voltei a me concentrar e saí do foco da luz, me aproximando de uma linha de chegada improvisada, onde uma mãe com seus filhos brincava com alguns bonecos nos quadrados brancos e pretos pintados na pista. Parei perto deles e segurei a pequena espada de plástico de um dos action figures do menino ruivo, devolvendo para o mesmo.
- Obrigado, moço - ele sorriu e exibiu as janelinhas nos dentes da frente. Que fofura! - Meu Capitão Vermelho não pode derrotar os monstros sem a espada. Você salvou o dia.
Sorri para a mãe das crianças e procurei um banco para sentar, me recuperando da pequena corrida que apostei com o rapaz que aparentemente também chegava por ali.
- Não é todo mundo que acompanha meu ritmo - zombei. - Você deve ser um daqueles corredores com genes especiais. Ou só muito sortudo.
Raphael Stronghold
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