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Mensagem por Haylo Dom Jul 28, 2019 10:32 pm

So you wanna start a war
Bang, shots fired Pain is what you desire The pen is mightier than the sword Then how did we get here, my God, my God
D
ispensei pela centésima vez naquele dia a escolta até o centro de operações dos espiões, um pouco afastado da fortaleza real. Khaskin, como se referiam ao espião com quem eu teria aquela reunião, era temido por muitos dos guardas. Se ele não fosse uma simples criança, filha de alguns dos poucos membros da equipe de espionagem que eu realmente respeitava, zombaria eternamente dos grandalhões que se entreolhavam ao me verem cruzar as portas do QG.

Como se eu não fosse infinitamente pior.

Meus olhos brilharam, roxos, quando atravessei o corredor da entrada que se conectava com um túnel, levando-me até um amplo salão subterrâneo onde algumas de minhas companheiras afiavam suas facas, os homens discutiam planos em tom quase inaudível e um ou outro guarda passava por ali, como era o costume daqueles que trabalhavam para a realeza.

O tal Khaskin estava lá, sem sua costumeira máscara de pano, que cobria todo o rosto e o pescoço. Uma pena. Apesar de não me importar com ninguém além de mim mesma - talvez a rainha entrasse nessa lista -, gostava de um certo mistério em primeiros encontros. Por um breve momento, senti pena do garoto. Tão jovem. Tão cheio de amargor para se juntar a um trabalho ingrato e praticamente suicida. Bem, a última parte ele sabia bem como era, pelo ocorrido com seus pais.

Felizmente, para mim, a missão do casal não estava sob minha tutela. Ele descontaria - se já não o tivesse feito - em outra pessoa. Além disso, expressar meus pêsames não estava em meus planos, já que eram meros peões substituíveis. O garoto já mostrava certa aptidão para ser espião, impressionando seus instrutores e machucando alguns.

Tirei uma pasta debaixo de meu braço direito e a deslizei na direção do rapaz, sentando-me na sua frente e arrumando o cabelo preso em um farto rabo-de-cavalo, uma das poucas coisas com a qual eu ainda era vaidosa. Dentro da pasta, documentos referentes à data de nascimento, o dia de sua terrigênese e as informações triviais sobre seus pais, além do desempenho nas provas para se tornar um espião, estavam lá.

- Quando eu tinha sua idade - sorri ao ceder à onda nostálgica que me invadia -, costumava deixar todos os meus instrutores doloridos no fim dos treinos. Tinha prazer em ve-los sofrer, já que são todos uns tolos achando que podem ensinar mais do que sabemos. Posso chama-lo de Kyle, ou é pessoal demais? Todos aqui possuem sobrenomes ou apelidos, você pode escolher uma para te chamarem, se quiser.

Sail among liars Blame the deniers If history is dead and gone Then how did we get here, my God (my God)♠
Haylo
Haylo

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Mensagem por Kyle Khaskin Ter Jul 30, 2019 9:01 pm

High Hopes


Uma reunião foi marcada pra mim, era com alguma espiã veterana pelo que o entregador falara me fazendo confirmar com a cabeça e fechando a porta com o pé em seguida. Não devia nada a ninguém e com meus olhos encarando o meu apartamento isso ficou ecoando em minha mente, estava realmente sozinho. Respirei fundo tentando não ficar imaginando os dois ainda ali, perguntando do jantar, ou sentados no sofá lendo alguma coisa.

Subi a mão direita coçando minha nuca passando pelo corredor e indo para o quarto me arrumar com meu uniforme. Ou melhor, vestindo a roupa que meu pai preparou pra mim quando passei pela névoa e um capuz com capa de uma das coisas da minha mãe. Tinha um ar sombrio com aquele corte mal feito como se tivesse sido feito às pressas, talvez tenha, sem provas pensem o que quiser. Na atual situação que eu me encontrava, o menos possível que eu falasse seria melhor para mim porque até o momento estava funcionando para não me perturbarem.

Sai do apartamento pronto, flutuando depois de trancar a porta e sagui para o centro de operações, sem muito quem assustar apenas voando com um capuz e capa pelas ruas. Não era uma família, mas sentia um frio na barriga de ver outros poderes sendo utilizados de forma simples, como flutuar. Chegando no lugar, o ambiente tinha suas presenças de desconhecidos para mim, guardas e provavelmente outros espiões que nesse momento eram desnecessários para meu foco. Avisei que tinha uma reunião e não fizeram qualquer menção de se meterem no meu caminho, apesar de ser uma criança tinha de ficar lembrando que era algo mais com poderes.

Meus olhos brilharam vermelhos assim como minha mão direita estendida para frente, as portas se abriram e comigo passando pelas mesmas depois. O caminho em diante foi tranquilo, com as conversas silenciadas no salão com alguns outros guardas e militares, ou espiões. Se era sobre mim, não me importava. Não era sobre mim, agora seria. Me permiti sorrir enquanto passava para a sala da reunião, debaixo da máscara não fazia diferença minha feição e logo a Alanna chegaria. Retirei minha máscara e deixei o pano sob a mesa olhando um pouco o ambiente imaginando um deles, ou ambos ali planejando algo com os semelhantes de cada função.

Já conseguia imaginar eles por ali, aquela feição torta do meu pai de insatisfeito com algo contra sua opinião, ou o sorriso de prazer por estar certa da minha mãe. Esse último é bem irritante, mas sentia falta de ver ele, até mesmo de perder uma discussão com ela. As portas se abriram e como se as ilusões fossem luzes da solidão, tudo sumiu me deixando sozinho na sala encarando a mulher que entrara. Veio para a mesa e estendeu uma pasta para mim, tinha coisas minhas ali, data de nascimento, algumas coisas dos meus pais, o registro da terrigênese e a primeira impressão dos poderes.

Arregalei os olhos impressionado com os registros das provas para espião, engoli em seco com os danos em alguns instrutores depois do que fiz. Nunca tinha pensado no que eles passariam por minha causa, mas era o trabalho deles apesar disso. Arqueei a sobrancelha direita com a voz dela e levantando a cabeça pra ela, querendo ver o assunto que ia parar. As palavras dela me despertou interesse, talvez fosse a ausência de pena dela em falar comigo, ou aquele tom de orgulho em falar que machucava outros com quem treinava.

A indicativa de nome me deixava pensativo e isso foi cuspido em palavras com a deixa dela: - Você especificamente pode me chamar de Kyle. Os outros ali já me chamam de Maligno. - Apontando para atrás da outra e gesticulando com as duas mãos as aspas. Dei de ombros desviando o olhar para o pano vermelho e prosseguindo: - Não quero usar meu sobrenome, ou como você já desse, Kyle é pessoal demais para aqueles que sequer me encaram nos olhos por mais de cinco segundos.

Voltei a olhar os olhos dela: - Mas e você? Me entregou uma pasta sobre mim, estou na desvantagem sobre o que sei de você. - Arregalei os olhos um pouco, lendo mais um pouco das informações na pasta.


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Kyle Khaskin
Kyle Khaskin

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