Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Nova Attilan - Versão Inumana

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

Nova Attilan - Versão Inumana Empty Nova Attilan - Versão Inumana

Mensagem por Kyle Khaskin Dom Set 01, 2019 11:00 pm

High Hopes


Duas batidas com certo ritmo na porta foram o suficiente para que eu saísse da cozinha e atendesse quem me chamava, já reconhecendo aquele toque de urgência dos guardas. Era sútil e insignificante para quem não era inumano, ou melhor, informado de táticas como espião. Um dos guardas veio entregar uma missão para mim, era meio estranha para ser sincero, dois pesquisadores foram investigar algum tipo de sinal no radar e não retornaram.

Mais estranho que isso foi que eu fui designado para ir, confirmei a missão para o guarda e tratei logo de me arrumar, em seguida indo para a nave que iria me levar para investigar. A equipe seria eu e mais o piloto, sem mais pessoas para se perderem e com apenas a ideia de um erro mecânico, confiando em minhas habilidades mais do que suficiente para seja lá o que ocorresse. A nave permitiu um tempo para que eu analisasse o que meus antecessores buscavam, realmente era um sinal de energia estranho no meio d’água como algum tipo de meteoro, ou algo vivo se sustentando.

Não fazia sentido sequer as tentativas de explicar isso, mas era o mínimo que eu podia fazer. Saindo do transe dos meus pensamentos com o piloto curioso me questionando porque o conselheiro mandaria um garoto como eu para uma missão de investigação. Entortei a boca e dei de ombros, neguei com a cabeça respondendo que eu não tinha resposta, meu histórico com os treinos de habilidades e o que tenho feito pelo rei entre os humanos fala por si só. Não sei como explicar exatamente como o conselheiro pensava, nem eu compreendia bem o porquê de eu estar ali.

Acho que a minha resposta enfim chegara, com um tipo de turbulência surpresa para mim e o piloto que me mandou me segurar. Apertando os cintos e lembrando de um ditado que alguns humanos falaram uma vez sobre linhas tortas e escrever certo, aquela situação tinha um modo muito estranho de me trazer lembranças aleatórias. Minha casa vazia ficando empoeirada, um pensamento que tive na segunda vez que me misturei entre os humanos, o barulho do braço do meu segundo instrutor se quebrado quando o segurei e girei seu corpo.

O tranco da nave aumentou e então um grito do piloto me fez perceber que deu muito problema e minha mente ficou branca enquanto tudo sacudia ali dentro. O transporte público humano ainda conseguia ser pior, sem dúvidas. As tremedeiras pararam e o pelo vidro pude notar que caímos em uma praia, suspirei por pelo menos estarmos em terra firme. Tirei os cintos e fui até o piloto verificar a condição do mesmo, pulso não conseguia sentir, mas debaixo do nariz ainda tinha um ventinho. Puxando o cinto dele até arrebentar ele, soltando a trava com problema e o tirando dali do banco.

Não sabia bem o que esperar, acho que assim ficou bem pior enquanto encarava o piloto no chão antes de tentar acorda-lo. Como muitos acordam assustados, ele se levantou assustado e a respirada dele me fez sentir uma tempestade de emoções como vento no meu rosto, era muita coisa junta ao mesmo tempo. Respirei fundo me afastando daqueles sentimentos e o perguntei onde estávamos, ele tossiu um pouco começando a se levantar e explicando que estamos no meio do nada, sem aquela ilha estava no mapa.

Estranho era pouco para descrever. Seguiu comentando que estava rastreando impressões mentais, ou seja, haviam pessoas e como havíamos sido atacados, não deveriam nos receber positivamente. Caminhando pela nave pegando duas mochilas de emergência e o esperei na porta pronto para abrir quando ouvi aquele estalo e o zumbido baixo. Minha respiração parecia ter sido sugada enquanto via o piloto que só vi o nome na roupa “Cirak” podendo ser qualquer coisa praticamente, desde o codinome, ou sobrenome, ou o primeiro nome dele. Sem mais como descobrir percebendo aproximação daquele ser do lado de fora.

Observação óbvia: era uma mira excepcional então sair dali voando esmurrando a porta não era uma boa atitude. Se ele matou daquele jeito é porque queria evitar confronto e pelas emoções de nervosismo se aproximando queria dizer que não deveria estragar mais ainda a nave. Olhando o teto concordando com a cabeça e percebendo algum sentido, eles queriam a nave, tecnologia inumana mais precisamente no caso. Nessa última opção também elimina a chance de me fazer de coitadinho e forjar que eu estava preso com a queda da nave.

Negando com a cabeça, a ideia de ter a tecnologia quase intacta me dava a percepção de poder consertar aquilo ali, pelo menos em questão de batalha só havia o dano no vidro que era vedável. Ouvi as batidas na porta e percebi que era hora de sair sem mais tempo pra pensar, respirei fundo colocando o capuz/capa aguardando a investida contra a porta. Acho que me precipitei acreditando que eram humanos em primeiro momento, ouvindo vidro quebrando e em seguida antes que eu pudesse me virar já era jogado para frente com algum golpe nas costas.

- Ah que gracinha, se adiantando pro Halloween? - Ouvi o riso forte claramente de um homem e me levantei claramente sem jeito, não estava acostumado a receber golpes surpresa e menos ainda pelas costas. A respiração ainda falhando enquanto encarava o outro, a cena com meu corpo aos poucos retornando aos padrões anteriores de postura e logo minha visão se deteriorava como uma folha sob o fogo. Tudo ficando vermelho bem rápido, a sensação do rosto quente vindo de dentro de mim e o som abafado do grito dele se afastando.

Como um salto, o ar saiu de dentro de mim percebendo enfim a nave novamente com apenas um ser vivo ali. Revirei os olhos encarando a realidade que eu deveria ir atrás dele mesmo não querendo tanto assim uma briga. Engoli em seco começando a levitar e como respirar estava voando bem rápido atrás do homem que atirei pelo vidro, mas não encontrando-o no ar e nem caído. Semicerrei os olhos, aquilo era mais que estranho e eu não havia acertado ele com força, ou energia nesse nível. Minha empatia não registrava ninguém, então no mínimo havia mais companhia ali do que aquele já visto.

Não faria diferença estar no ar, considerando algum tipo de bloqueio, ou escudo teria de parecer vulnerável para surpreender quem, ou quantos fossem. Desci novamente para a praia, ela parecia um pequeno pedaço de uma ilha desabitada como algumas do Caribe que dá para percorrer toda sua extensão em um dia. Contado com a ausência de pontas soltas, precisava controlar as ervas daninhas escondidas naquele lugar. Pousando com certa suavidade, esperando por alguns segundos uma surpresa como antes, mas desapontando-me com o silêncio de barulhos fora da natureza.

Com passos sem pressa retornando para a nave, a sensação de tudo ao meu redor me deixando em alerta para usar o bom e velho improviso, ou arriscando um pouco com energia para combate. Revivendo o que o homem tinha me visto fazer, talvez uma resistência física, voo e os olhos, provavelmente nem o ferira de verdade e com base na proteção só esperando o momento certo. A areia era muito fica, daria trabalho usar ela para refazer o vidro da nave, e fugir dali para Nova Attilan de outro modo não era uma opção.

Considerando uma emboscada e que sabiam muito bem quem eram da primeira vez, isso foi armado e dessa vez não haveria uma outra tentativa se dependesse de mim. Sem o artifício de inocente e que eu deveria ser a caça, porém para que eu seja caçado precisariam me pegar de surpresa e isso era o meu forte. Chegando na nave e caminhando ao redor dela me aproximando da vegetação, tocando algumas folhas e gerando um pouco de fumaça escura com um sopro de ar da minha respiração.

Seria destrutiva e tóxica, a partir dali destruindo toda a vegetação do lugar e trazendo-os para a praia. Sem poderem se esconderem nas árvores, a fumaça causaria tosse e dores pelo menos o suficiente para atrapalhar a concentração de quem se esconde. Não sei se humanos e mutantes da Terra tem esse jogo chamado dominó, mas enfim, ver a destruição da ilha era como ver uma arte daquelas pecinhas caindo uma atrás da outra mostrando algum desenho. Não apenas visual, podia sentir o poder da fumaça crescendo ao redor de mim e da nave, como uma coisa viva se alimentando e em breve mostrando o meu objetivo.

As tossidas vieram e do outro lado da praia eles desceram da vegetação obrigados a se desvencilhar da máscara de suas presenças. Eram o brutamontes de antes moreno com mais corpo físico que meu rei e uma mulher loira com escamas em alguns pontos da pele, dando um brilho incomum para a luz, ainda não tinha visto aquele efeito em nada. Saindo de onde estava para frente da nave, parte da fumaça escura atrás de mim e antes de parar de andar fiz com que ela avançasse contra eles mais rápido e feroz que pelas flora.

Não sei como, mas um tipo de parede invisível segurou a fumaça, nada passava e como uma onda a fumaça subiu e voltou um pouco. Puxei um pouco de ar extra para dentro girando minhas mãos controlando para contornar os dois tentando acertá-los em algum ponto cego, talvez por cima. Nada adiantando, ficando inicialmente como uma esfera de gelo seco escuro, mas me rendendo a não focar apenas nisso e dispersando a fumaça. Isso logo me fez perceber o sumiço do homem e o risinho da mulher.

Não foi um salto, ele teria feito antes, era outra coisa, tinha que ser. Não podia acreditar que eu seria pego de surpresa novamente assim. Sem chance, tinha tanta coisa ao meu redor para usar e lembrando do escudo da escamosa para uma ideia mais selvagem. Havia andado pra trás procurando algum ataque surpresa, tentando encontrar algum ponto de presença, uma emoção forte, ou fraca vindo, algum resquício emocional que escapasse do bendito escudo. Mas nada vinha, aquela mulher era esperta agora que sabia que deveria esconder seu amigo e me pegar de surpresa.

Outra vez, sem fumaça, sem mais distrações então, ficando a encarar a mulher e permitindo os olhos vermelhos enquanto eu gritava. Uma energia exalava de mim, invisível e destrutiva, avançando contra tudo, sem tanto foco na retaguarda pela nave, mas ainda assim fazendo barulhinhos dos grãos de areia batendo no carco. Como respirar pondo o ar pra fora e sentimentos ruins, tudo junto e explodindo ao mesmo tempo. Um corpo subiu da areia e senti duas presenças se chocando, como com a fumaça havia conseguido tirar a concentração deles.

Ambos derrubados, fui diminuindo a energia que emanava enquanto subia no ar e ia até os dois. A ilha desfigurada uma segunda vez por mim, dessa vez um desastre passou ali sem sutileza alguma, e logo assisti a mulher esmagada com o brutamontes que caiu em cima dela. Sorri vendo ela o levantar com a energia invisível a tempo de ver sua surpresa com os meus raios oculares em sua direção. A surpresa não permitiu chance de defesa dessa vez e repetindo o golpe com o homem. Dados os últimos eventos, não podia prolongar mais a vida dos dois, sejam quem fossem encontraram suas mortes comigo.

A sensação emocional em desespero surgiu atrás de mim e como um raio, voei para atrás da minha nave percebendo o que parecia a outra ali. Me aproximando da mesma com as impressões emocionais e logo que os vi, pude reconhecer seus rostos, eram eles mesmos. Soltei os dois amarrados e em um trabalho de equipe arrumamos a nave deles para sairmos dali e levar a outra com um dos raios da nave. Sem chance de usarem nossa tecnologia para eles.


by @

Kyle Khaskin
Kyle Khaskin

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo


Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos