Start a War
Página 1 de 1 • Compartilhe
So you wanna start a war
D
ispensei pela centésima vez naquele dia a escolta até o centro de operações dos espiões, um pouco afastado da fortaleza real. Khaskin, como se referiam ao espião com quem eu teria aquela reunião, era temido por muitos dos guardas. Se ele não fosse uma simples criança, filha de alguns dos poucos membros da equipe de espionagem que eu realmente respeitava, zombaria eternamente dos grandalhões que se entreolhavam ao me verem cruzar as portas do QG.Como se eu não fosse infinitamente pior.
Meus olhos brilharam, roxos, quando atravessei o corredor da entrada que se conectava com um túnel, levando-me até um amplo salão subterrâneo onde algumas de minhas companheiras afiavam suas facas, os homens discutiam planos em tom quase inaudível e um ou outro guarda passava por ali, como era o costume daqueles que trabalhavam para a realeza.
O tal Khaskin estava lá, sem sua costumeira máscara de pano, que cobria todo o rosto e o pescoço. Uma pena. Apesar de não me importar com ninguém além de mim mesma - talvez a rainha entrasse nessa lista -, gostava de um certo mistério em primeiros encontros. Por um breve momento, senti pena do garoto. Tão jovem. Tão cheio de amargor para se juntar a um trabalho ingrato e praticamente suicida. Bem, a última parte ele sabia bem como era, pelo ocorrido com seus pais.
Felizmente, para mim, a missão do casal não estava sob minha tutela. Ele descontaria - se já não o tivesse feito - em outra pessoa. Além disso, expressar meus pêsames não estava em meus planos, já que eram meros peões substituíveis. O garoto já mostrava certa aptidão para ser espião, impressionando seus instrutores e machucando alguns.
Tirei uma pasta debaixo de meu braço direito e a deslizei na direção do rapaz, sentando-me na sua frente e arrumando o cabelo preso em um farto rabo-de-cavalo, uma das poucas coisas com a qual eu ainda era vaidosa. Dentro da pasta, documentos referentes à data de nascimento, o dia de sua terrigênese e as informações triviais sobre seus pais, além do desempenho nas provas para se tornar um espião, estavam lá.
- Quando eu tinha sua idade - sorri ao ceder à onda nostálgica que me invadia -, costumava deixar todos os meus instrutores doloridos no fim dos treinos. Tinha prazer em ve-los sofrer, já que são todos uns tolos achando que podem ensinar mais do que sabemos. Posso chama-lo de Kyle, ou é pessoal demais? Todos aqui possuem sobrenomes ou apelidos, você pode escolher uma para te chamarem, se quiser.
Haylo
High Hopes
Kyle Khaskin
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|