[Missão] becos de Manhattan | 10/jan às 22:40 | [+12]

Nathaniel ainda se recuperava do encontro anterior com Luca, um rapaz que ele conhecera no parque da ponte do Brooklyn, cujos poderes envolviam a telecinese e o teletransporte. Os poderes do mutante ainda permaneciam com Reaper, de forma que ele pensava se iria treiná-los ou não – sempre que ele absorvia algum poder, ele ficava com o intento de treinar aquelas incríveis habilidades, porém sempre era vencido pela vergonha de ostentar um poder que não era verdadeiramente seu. Além, claro, de Nathan preferir não treinar aqueles poderes para que seu pai não os descobrisse e acabasse fazendo perguntas demais.

Decidido a sair um pouco, Nathan parte da casa de Magneto e lar da Irmandade e vai a um cinema. Sempre solitário, Reaper não era muito de se enturmar e seus poderes deixavam seu espírito antissocial ainda mais debilitado do que ele já era. No escuro de uma sala de cinema ele podia ficar tranquilo, pois sabia que ninguém iria vê-lo ou tocá-lo. Sua sessão havia sido breve e, na saída, eis que algo acontece e o deixa transtornado: um assalto. Não daqueles onde uma arma é apontada, mas um onde ele é pego de surpresa por uma mão boba. Em um segundo ele estava com sua carteira em mãos, no segundo seguinte ele já estava sem nada.

— Filho da... — fechando as mãos em punho, Nathan franziu o cenho, se dando conta de que ele poderia fazer alguma coisa a respeito.

Concentrando-se nos seus poderes novos, ele se teletransportou para o beco onde viu o meliante entrar, aparecendo bem próximo dele e, vendo-o correr logo à frente, Nathan tentou imaginar toda aquela adrenalina do momento se transformando em algo mais. E era como se seu corpo respondesse aos estímulos mentais, criando uma energia azulada em suas mãos que se movimentava como uma estranha névoa gelatinosa. Manipulando-a, Nathan fitou o seu assaltante logo à frente e, estendendo as mãos, fez dois compridos chicotes percorrerem o beco como uma bala e atingirem o corpo do bandido, derrubando-o enquanto se enroscavam nele e o traziam até Reaper.

— Foi mal, cara, eu só estava tentando ganhar o pão de cada dia! — vociferou o homem como se estivesse certo em roubar ou como se isso pudesse ser justificado. Tocando o homem na face, Nathan o fez adormecer e ligou para a polícia relatando o meliante caído.

Olhando para as suas mãos, Nathan pôde sentir os poderes novos percorrendo seu corpo. O que esse homem podia fazer? Correndo sem nem saber direito o motivo, Reaper conseguiu se tornar quase tão rápido quanto o bandido e, numa lixeira à frente, ele simplesmente pulou sobre a mesma e usou isso de impulso para agarrar-se às escadas de incêndio de um prédio e subir agilmente até o topo. “É, agilidade aprimorada é bem útil” pensou Nathan sorrindo para si mesmo. Pela primeira vez, ele sentiu como era ter controle sobre os seus poderes, como era manipulá-los para fazer algo de positivo e, feliz consigo e sua descoberta, Nathan percebeu que podia fazer a diferença com aquilo, sem precisar se sentir culpado.

E, saltando entre vários prédios, ele se transportou para a sua casa.