[F] enfermaria | 12/jan às 23:45 | [+18]

Oliver chegou na Academia X com uma preocupação na cabeça: Bart. Seu namorado, encrenqueiro e de temperamento forte, como sempre havia arranjado confusão e agora estava na enfermaria. Os doutores se limitaram a falar que ele "apenas teve escoriações leves", mas Blanchard, como sempre, era nervoso demais e muito impulsivo. Claro, todos os anos como tutor e, agora, como X-Men, haviam transformado a estrela de Hollywood em uma pessoa mais preocupada com o próximo – e depois dele adotar legalmente Jasmine como sua filha ele ficou ainda mais responsável.

— Onde ele está? Soube que ele se machucou. — Perguntou o loiro, já passando pelos portões acompanhado por Tina, uma das enfermeiras dali. Ela conduziu Felino até o subsolo, onde ele pediu um tempo a sós e se foi.

Ele sabia a sensação de ser um novato ali, de como era difícil se adaptar e, no caso de Bart, ter memória nenhuma de quem ele era ou de onde ele veio. Mas isso não significava que ele iria permitir que Bart se descontrolasse e atacasse os outros. Segundo Tina, ele havia ficado frustrado durante um treino na Sala do Perigo e atacado um de seus parceiros, Ezequiel Miranda – mais conhecido como Illuminati. Aparentemente, Bart era um péssimo líder e havia batido no rapaz por ter ficado imóvel durante uma de suas visões. Pobre Ezequiel.

— Sinceramente, cara, sou obrigado a sair dos meus afazeres pra vir salvar esse seu rabo de uma detenção? Você virou X-Man pra ajudar pessoas, não bater nelas — reclamou Oliver fechando a porta atrás de si. Ele não estava muito ferido, por sinal, mas parecia um pouco exaurido ou cansado – provavelmente o treino foi a pouco tempo. — Sabe que pode ser expulso por violência, não sabe?

Preocupado, Oliver retirou a jaqueta, verificando o soro rapidamente e pondo a mão na testa de Bartolomeu, demonstrando toda a sua preocupação – apesar da raiva evidente em sua face. Com um beijo, Oliver segurou as bochechas do outro e prosseguiu assim por um bom tempo, soltando-o e encostando sua testa na do loiro.

— Eu te amo, eu não quero te perder, só isso que me preocupa — revelou o mutante, porém rindo sem jeito e dando um tapa leve na face alheia. — Mas se fizer isso de novo, eu te espanco.

Com um suspiro, Oliver tentou pensar em como lidar com o loiro. Ele era petulante, intrometido e arrogante. Sua vontade era de bater na cara de Bart, espancá-lo ou desistir, mas isso não fazia parte do interior de Blanchard. Ele era incapaz de renunciar as pessoas ou de largar a sua esperança. Como sobreviver em mundo onde todas as pessoas são objetos quebrados e irremediáveis? Era por isso que Felino sempre mantinha na sua mente o veredito de que todos podiam ser consertados, de que nunca era tarde demais. Ele havia visto esperança em Bart, em Jasmine, em Charlie, em todos eles. E todos retribuíram a sua esperança com o sucesso e a superação. E por isso Felino sempre teria orgulho deles.

— Não existem motivos suficientes para você bater em um amigo, Bart. Você se tornou um X-Man por ser bondoso, leal, heroico e comedido, e não por ser descontrolado e ensandecido. Está ciente de que isso pode fazê-lo ser expulso? Bater no seu próprio amigo não vai fazê-lo ser um herói melhor — reclamou Oliver elevando sua voz, ficando irritado ao recuar e se desvencilhar das carícias de seu namorado. — Quero que peça desculpas, prometa melhorar e aceite as suas punições corretamente, Bartolomeu. Tire alguns dias de fora e fique aqui na Academia X descansando e pensando no que você fez.

Por vezes, Oliver se sentia como um pai para Bartolomeu, o que era muito estranho, porém justo. Ele havia encontrado o mutante nas ruas e o recrutado para o Instituto Xavier, tornando-o um aluno de prestígio e, posteriormente, levando-o consigo para os X-Men. Assim como fez com Jasmine e com Charlie no passado. Ele era um professor, um tutor e um amigo para todos daquela escola, então para ele cuidar dos outros era quase tão natural quanto respirar. Mas ele sabia ser incisivo e rígido quando necessário.

— Está melhor, vou lhe levar ao seu quarto, mas se pensa que irei fazer alguma coisa com você está enganado. Você me desapontou, Bart. — Proferiu o moreno de braços cruzados, sua face impassível e tensa.

Tentando argumentar, Bart comparava a situação com a de Wolverine e vários outros mutantes que eram aceitos ali no grupo independentemente do que fizeram no passado. Era uma comparação injusta, no entanto. Cruzando os braços, Oliver apenas rola os olhos. Logan era um experimento que deu errado e que fugiu, sendo acolhido no instituto, sendo treinado para ser um herói e se transformando em uma pessoa melhor. O mesmo havia acontecido com vários outros membros do Instituto Xavier, incluindo o próprio Oliver – se bem que ele não havia sofrido nenhum experimento, porém ele não era exatamente uma boa pessoa quando entrou na Academia X.

Ao demonstrar uma irritabilidade tremenda, o outro indaga Blanchard com uma fúria que, como sempre, demonstrava uma vulnerabilidade e sensibilidade gritantes dentro de seu interior. Ele era um jovem sem memórias, com um passado desconhecido e que usava da agressividade para mascarar sua mente confusa. Era preciso ter paciência com ele, pois ele não tinha culpa de agir como ele estava agindo no momento. Pondo-se de pé, Bart vai na frente, saindo da enfermaria exibindo uma grande saúde. Enquanto o acompanhava, Oliver troca um rápido olhar para o rapaz e, juntos, eles entram no elevador para saírem do subsolo onde estavam. Talvez fosse a claustrofobia do rapaz lhe deixando nervoso.

— Seja sincero comigo: você tem claustrofobia, e é por isso que está nervoso, não é? A sala de treinamento é nesse subsolo fechado e metálico, metros abaixo da academia. É por isso a sua irritabilidade, não é? Olha, eu entendo, mas por que tenta não comentar isso para os seus treinadores? Eles irão mudar seus treinos para os jardins e a beira da praia, serão melhores para você, Bart. — Preocupado, Oliver segurou a mão do outro e sorriu com sua típica expressão de genialidade e gentileza. Blanchard havia mudado muito ao longo dos anos, e agora ele se sentia responsável não só por seus dois filhos, mas também pelo seu namorado, que tinha diversos problemas.

Oliver era dependente deles e não o contrário, na verdade. Como uma estrela de cinema e da música, Blanchard havia aprendido a precisar de amor, de adoração, quase. Talvez fosse esse um dos motivos que fez ele se tornar um herói. Ele gostava de ensinar, também, amava a companhia de todos os alunos e sentia um real sentido, um propósito, enquanto ensinava cada um deles a ser melhor, mais inteligente e mais justo que os humanos e todos os mutantes que vieram antes deles. Oliver encontrava um real objetivo ali e ele não iria querer abandonar aquilo. Bart fazia parte da sua família, e ele jamais iria abandoná-lo.

O elevador se abriu e, aspirando do cheiro gostoso vindo da grama, das flores e do tempo um pouco mais aberto nessa tarde de inverno, o casal se viu nos corredores da suntuosa mansão. Subindo as escadas, foram aos dormitórios. Oliver enroscou o braço no do outro, conduzindo-o.

— Não quero julgá-lo, nem ninguém o quer, mas você sabe que está errado. As visões do Ezequiel já nos salvaram inúmeras vezes e, até onde eu sei, ele é péssimo lutando. Ele é frágil demais e, eu admito, ele realmente é um estorvo. Teoricamente ele nem deveria estar treinando com vocês, falarei com Ethan depois sobre isso. O lugar do Ezequiel é o mesmo do Professor X: nos bastidores, nos guiando com seus poderes psíquicos latentes. — Não que Oliver estivesse defendendo ou dando razão para Bart, mas o rapaz meio que tinha razão um pouco.

Chegando ao quarto onde Bartolomeu ficava, Oliver abriu a porta e, fechando-a atrás de si, foi até o outro e beijou o namorado. Foi um abraço cálido, quente e agradável naquela noite de inverno. Seus lábios eram compatíveis e a sincronia os acompanhava. O calor subiu no interior de Blanchard que, no meio de tudo, agarrou a bunda alheia, apertando-a.

— Você está merecendo uma recompensa... o que acha? — questionou maliciosamente o felino, piscando o olho. Empurrando o namorado contra a cama, esqueceu até mesmo que, a dois minutos, ele estava numa enfermaria. Virando-o de barriga para baixo, puxou a cintura do outro, exibindo-o de quatro. Uma sequência de tapas atingiram seu traseiro e, com suas unhas crescidas, Oliver rasgou o jeans alheio, expondo apenas o essencial no momento: sua bunda. — Vamos, me fale; que recompensa você quer?