[Missão] oceano | 17/01 | [+16]

Sentado em uma das cadeiras da sala de reuniões, as pernas cruzadas apoiadas na mesa enquanto via alguma série no tablet e comia uma comida de nome estranho que entregaram. Sinceramente é preguiça da minha parte não saber o que eu estava comendo, sabia o que tinha ali dentro daquela caixa de isopor, mas não o nome estranho do prato no cardápio, ironia demais. A série era até interessante, com muito drama adolescente me deixando mais curioso para onde aquilo iria, estava quase terminando a cena com o corpo surgindo com policiais acompanhando socorristas quando a batida na porta me obrigou a parar.

Levantando a cabeça ainda comendo e ouvindo uma das atendentes avisando de um problema sério com o Cérebro. Estreitei as sobrancelhas e abaixei as pernas, coloquei o tablet sobre a mesa ainda me permitindo comer enquanto a chamava para se aproximar e explicar seja lá o que esteja ocorrendo de problema urgente. Um dispositivo feito para ajudar a encontrar mutante em todo o mundo foi enfim finalizado em Londres, mas o navio foi interceptado no oceano. Confirmei com a cabeça já que a boca estava cheia e mastigando, acompanhando-a mostrando a localidade exata que os satélites mostravam o navio antes do rastreador ser desligado.

Terminei de mastigar um pouco sem repetir a garfada e avisei: - Prepara um transporte para mim que eu já vou me aprontar. - Ela confirmou com a cabeça e seguiu para fora da sala. Terminei de comer já que tinha pouca e pude ir fazer minha higiene antes de ir para a missão em si. No meio do caminho repensando meu uniforme, o que levar e até mesmo o que deveria fazer na prática. Essas preocupações iniciais me ocuparam a mente para chegar no helicóptero com um dos técnicos de computação que me passaria todas as informações do navio, as plantas, quantas pessoas deveriam ter ali dentro.

Não dispensando nem mesmo as ideias de como abordar aquele navio de maneiras mais eficazes sem danificar o navio justamente pela carga dele. Confirmei com a cabeça percebendo toda uma lista de atividades para não serem feitas, ou causariam a explosão do navio e por tabela a perda do equipamento. Revendo algumas coisas básicas das plantas e compartimentos, toda essa reflexão como uma prova em cima da hora que eu não tinha estudado com antecedência. Precisava saber do local com confiança, pois estaria sozinho dependendo apenas da minha memória.

Logo, enfim havíamos chegado ao local onde o navio estava, não muito longe das coordenadas originais do satélite quando o radar estava ativo. Não tiveram muito tempo para fugir de verdade e com a monitoria constante daquela carga, duvido que esperassem uma resposta tão rápida. Agradeci e avisei que só usaria o comunicador em último caso, pois acreditava que eles tinham algum equipamento para interferir no sinal eletrônico e seria arriscado tentar algo que me entregasse.

Como qualquer outro salto anterior, observei o local e sentindo o ar me puxar antes de passar por mim em uma direção apenas. O local se clareou rapidamente, estava sob a sala de controle provavelmente e os líderes não devem ter me visto ainda. Camuflagem da aeronave acima, contando apenas comigo, e os poderes contando com um pouco de sorte também pelos desconhecidos. Saltando para o caminho abaixo começando a ir atrás dos piratas, seguindo o caminho dos corredores com mais pressa e adagas de energia em mãos.

Dois armados perto das portas logo foram apontando para mim suas miras, arqueei as sobrancelhas com um estalo trocando de lugar e enfiando as adagas nas nucas dos dois. Seguindo pelos corredores mais apressadamente até que encontrei apenas um numa esquina com um comunicador. Arregalei os olhos tentando atirar as adagas, mas apenas acertando o rádio na parede e o deixando fugir, sentindo como se estivesse sendo pego em alguma coisa errada. Ele estragaria a surpresa de pegar todos eles.  

Saltando para os fundos de cada corredor até conseguir pegar o filho da mãe, meus pensamentos claramente retardando minhas ações, precisando ser mais prático ainda. Como um pedido cósmico, enfim encontrei o pirata que me viu, porém haviam outros sem armas de fogo como defesa bruta dele aparentemente. Sem ninguém explicar, compreendi o papel deles antes dos mesmos perceberem que iriam para o chão de qualquer jeito. Avancei contra três em fila, aumentei o punho direito acertando o primeiro no meio da testa, o segundo foi no olho e não caiu como o anterior, mas vendo o terceiro com um bastão com coisa afiada, prensei o segundo na parede para trocarmos de lado.

O puxei pra mim e empurrei contra a parede para desnortear um pouco, abaixando-o e com o joelho acertando sua barriga, encerrando com ele deixando cair pro lado no chão. Outro golpe do terceiro, fui pela direita segurando seu braço antes de terminar o giro do braço com a arma. O segurei a tempo de criar um capacete e dar uma cabeçada dele, aproveitando o espaço e jogando ele no chão dando a volta. Acertei seu queixo com uma cotovelada e levantei com seu bastão na mão direita passando por ele para o próximo. Um facão desses de trabalhos agrícolas e filmes de zumbis, usei o bastão para o fazer desviar seu primeiro golpe e com ele com a brecha segurei seu punho com o facão puxei-o e joguei por cima dos outros atrás de mim.

Dois pés voadores me acertaram no peito, o ar pareceu sumir como meus saltos, caindo para trás com força enquanto ele pousava no chão soltando o teto. Tentando se aproximar de mim e me pisar, mas acertando seu saco no desespero de ainda tentar respirar normalmente. Meu peito parecia apertado enquanto me levantava e corria contra o “chute-no-saco" e deitando sobre ele com uma faca azul repetindo perfurações em seu peito até que morresse. Percebi um barulho atrás de mim e numa puxada de ar voltei para o início do corredor. Percebi dois deles levantando, criando duas machadinhas simultâneas de acordo com o alvo sendo acertado e liberando caminho para o próximo.

A ideia original podendo voltar e continuando a saltar de corredor em corredor, passando pelas escadas atrás dele. Sem ninguém na sala de máquinas, a sala do Cérebro precisava de senha que aparentemente eles não tinham, então mais em frente porque pelo visto ele queria fugir de mim e precisava de um lugar “seguro” para isso. Ele não era idiota para acabar nos matando e perdendo a grana dele, seja quem fosse parecia ter um plano para acabar comigo. Enfim chegando a última cabine fechada e percebendo uma presença nervosa ali dentro.  

Suspirei e abri a porta ficando encostado numa das laterais esperando tiros, mas vendo dois pés passarem pela porta me permitindo sorrir. Avancei contra o corpo dele antes que o mesmo voltasse como um balanço, segurando-o no ar e jogando no chão com força. Caindo em seguida com duas facas azuis em seu peito sorrindo e enfim terminando com o último deles. O pirata já havia parado de cuspir sangue quando percebi uma risada e o gatilho de arma, levantei a cabeça me imaginando todo respingado de sangue e querendo uma foto minha para mais tarde.

Semicerrei os olhos e então lembrei do rosto dele, era um dos aliados no projeto, provavelmente queria roubar pra si e vender por mais caro que os X-Men pagariam, já que seria no mercado das sombras. Respirei fundo levantando as mãos imóvel e pego por ele, ouvi uma palhaçada egocêntrica dele que como qualquer herói ignora aquilo que não é necessário. Saltei para atrás dele passando minhas mãos pela sua cabeça, girando rapidamente e o estalo silenciando tudo no ambiente. Engoli em seco e liguei o comunicador:  

- Tudo limpo Laz, pode descer e mandar a equipe de limpeza, e alguns paramédicos também. - Terminei dando um resumo do ocorrido e do que eles encontrariam. Voltando pelo caminho que fiz finalizando os piratas ainda vivos e sim os paramédicos são pra mim, não ia pedir para eles. Sentei em uma daquelas proeminências da área aberta do navio esperando a equipe chegar, sentia suas perfurações na barriga provavelmente de facas pequenas que eu não me dei conta logo de cara. Além de todo o meu corpo começando a doer, provavelmente onde levei socos e tentaram me derrubar com a força de objetos.

A saída dali foi como um filme, dando um relatório oficial enquanto estava sem camisa recebendo os devidos cuidados nas feridas. Voando com meu tronco como uma múmia de tanta atadura nele e nem imaginava o meu rosto provavelmente inchado. Pelo menos a missão foi feita e o Cérebro logo estaria com os X-Men.  

Roupa: Uniforme tático como aquele do Daredevil na série, parte à prova de balas e parte resistente a facas.

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