[Missão] supermercado | 17/jan às 13:48 | [+12]

Vendo as notícias, Eliel foi incapaz de dar atenção ao que o chefe de seu esquadrão falava. Sua missão era simples: pegar um mutante de apenas quinze anos cujo poder envolvia ver o futuro. Qual risco o garoto oferecia à sociedade? Por que prendê-lo e leva-lo para ser assediado, interrogado e colocado contra a parede por horas, além dele sofrer um grande risco de ser aprisionado em algum centro de controle juvenil mutante. Mas aquilo que ele via na reportagem... aquilo sim era algo sério. Um homem havia assaltado um supermercado e agora fazia de refém um pequeno grupo de pessoas, inclusive já tendo matado uma das reféns.

— Essa não é a sua missão, X-27! — reclamou o líder do esquadrão composto por três pessoas em um veículo. Eliel franziu o cenho, olhando seu parceiro e então o homem que dirigia o carro.

— E daí? Se você visse alguém morrendo não ajudaria aquela pessoa? — questionou Eliel irritado, porém foi ignorado por uma risada de escárnio.

— Se não é da nossa missão, não é da nossa conta. — Proferiu o humano enquanto limpava seu rifle, sentado ao lado de Sundfør. Como eles podiam ser tão indiferentes quanto ao sofrimento dos outros? Claro, como um bom soldado, às vezes é preciso deixar de lado as emoções, focando apenas na missão, mas e se ela fosse errada? E se ela ferisse e até mesmo matasse?

Assentindo para si mesmo, X-27 assentiu para si mesmo e, mirando bem, ele revestiu o braço direito e então deu um soco na porta, destruindo-a e pulando para fora do veículo. Graças a velocidade, Eliel teve de subir em cima da porta e usá-la como uma prancha, deslizando-a pela rua e então correndo para longe enquanto o jipe parava e dava meia volta para poder segui-lo. Se embrenhando entre as ruas e até mesmo as casas, Sundfør não demorou para sumir. Como um grande assassino, ele sabia como sumir com facilidade. Aproveitando-se desse meio tempo, arranjou um pano qualquer que logo se tornou uma máscara, ocultando sua face e deixando apenas os olhos à mostra.

Três minutos depois, a figura coberta por gelo chegou na frente do supermercado, onde no estacionamento estavam posicionados diversas viaturas e policiais armados, com muitos repórteres em volta noticiando tudo. Pensando bem, Sundfør começou então a pensar nas suas alternativas: ele poderia ir por cima, entrando por algum duto de ar, porém haviam grandes possibilidades de ele ser baleado por algum policial. Ele poderia ir por baixo, mas por onde, exatamente? Não havia como contornar. Irritado, X-27 rolou os olhos e, ao atravessar a rua, rapidamente atraiu a atenção dos policiais, porém o primeiro ato do moreno foi lançar duas estalactites nas câmeras dos repórteres.

— Nada de filmagens. — Reclamou o rapaz, que correu na direção dos policiais mais à frente no estacionamento e lançou uma onda de nevasca nos homens, obrigando-os a cobrir os rostos e recuarem.

Sorrindo de canto, Sundfør correu e então saltou na direção da porta, destruindo-a e lançando inúmeras estalactites no homem, que atirava ininterruptamente em Eliel. Graças à sua fisiologia gélida ele havia ficado mais forte e resistente, não se machucando. Atingido em diversos pontos, o assaltante caiu morto. Dando um tchau para as pessoas feitas de reféns, X-27 deu meia volta, partindo para longe. Seu trabalho estava acabado.